Metodologias ativas na educação física: contribuições da taxonomia de bloom e dos pilares da educação da Unesco na organização do processo de aprendizagem
A semana de estudos na disciplina Práticas Educativas em EPT foi muito intensa e gerou, em mim, um sentimento, que acredito ser fundamental em situações de formação profissional, sobretudo nas proporcionadas aos docentes, de questionamento em relação ao modo como vinha organizando a prática pedagógica. Embora já tivesse lido alguns textos sobre metodologias ativas, visualizá-las de forma organizada e direcionadas rumo a um objetivo maior, levou-me a confrontar a minha prática e começar a vislumbrar novas possibilidades.
Nesse sentido, o primeiro ponto a se estar claro no planejamento, é aquilo que espero dos meus alunos, no processo de construção do conhecimento. Para tanto, uma ótima ferramenta para nos auxiliar no estabelecimento dos objetivos, é a taxonomia de Bloom. Essa estrutura desenvolvida por um grupo de pesquisadores capitaneada por Benjamin S. Bloom na década de 50 e que, posteriormente, foi revisada e aprimorada, permite-nos selecionar os objetivos mais adequados para o processo de aprendizagem, desde um nível rudimentar até um nível mais refinado.
O segundo ponto, que está totalmente vinculado ao primeiro, diz respeito as dimensões do conhecimento, que os objetivos deverão permear. E como norteador para esse aspecto, temos os 4 pilares para a Educação do Século XXI estabelecidos pela Unesco. Esses conceitos são frutos de um relatório sobre a educação elaborado em 1999 sob a coordenação de Jacques Delors, que indica 4 pontos fundamentais para a educação do próximo século: Aprender a Conhecer, Aprender a Fazer, Aprender a Viver juntos e Aprender a Ser.
Com base nesses fundamentos, decidi ressignificar as minhas aulas já no segundo bimestre do ano letivo. Contudo, por ser a primeira tentativa de experimentação desse formato de trabalho, o desenvolvimento está sendo apenas em uma turma. O conteúdo escolhido foi Ginásticas de condicionamento físico e a turma foi o 3ºA do curso técnico em Informática. A partir dos conceitos apresentados nos parágrafos anteriores e das experiências vivenciadas na disciplina Práticas Educativas em EPT com o professor Antônio, elaborei um instrumento avaliativo, que está logo abaixo:
Os alunos deverão elaborar um projeto de um condicionamento físico para um adolescente com obesidade. O formato de produção do trabalho é livre, sendo que eles deverão observar os critérios de avaliação presentes na imagem acima. As aulas do bimestre ainda estão em andamento, mas foi possível perceber uma aceitação positiva dos alunos em relação a metodologia. Desse modo, as expectativas com esse novo formato de trabalho são as melhores.
Considero a proposta apresentada muito interessante! Gostaria de saber qual será a produção dos estudantes, futuramente. Agora, duas perguntas: quanto a abordagem dialógica é crucial para o desenvolvimento satisfatório do projeto planejado? Serão extintas as aulas expositivas durante o desenvolvimento do projeto?
ResponderExcluirOlá professor! Em relação ao primeiro questionamento, acredito que o diálogo seja essencial tanto para mim junto aos alunos quanto entre eles. Percebi uma certa apreensão a respeito do desenvolvimento da proposta, pelo fato de ser livre (o mesmo sentimento nosso na disciplina). Para auxiliá-los na superação desse desafio, em toda aula discutimos a respeito do andamento do trabalho. E entre eles, pois alguns já manifestaram a dificuldade de trabalhar nos grupos organizados, o que demandará a utilização do diálogo de forma acentuada. Sobre o segundo, continuarei a utilizar aulas expositivas. A especificidade da minha disciplina facilita a dinamização das aulas. Nesse conteúdo, por exemplo, eles entraram em contato com os conceitos da dimensão cardiorrespiratória do condicionamento físico (o que é, o funcionamento, a importância no exercício físico e na saúde, testes) e vivenciarão os testes e exercícios que possibilitam alcançar determinada condição. Mas, no processo de planejamento, estou tentando criar situações que potencialize o engajamento deles.
ExcluirGostei demais da proposta e também eu, por hora fora do ambiente de sala de aula, já reformulei meu modo de pensar o produto na pesquisa do mestrado, procurando vivenciar com os alunos experiências como essas que você está vivenciando em sua prática educativa. Quando terminar o projeto compartilha com a gente os resultados.
ResponderExcluirValeu Augusto! Compartilharei sim! Gostei bastante da proposta e o objetivo é ir aperfeiçoando-a sempre mais!
Excluir